DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NOS ANOS
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Sulamita Querino
Pereira[1]
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre as
dificuldades de aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental I da forma
de ensinar, considerando o papel do professor no contexto escolar e nas equipes
das escolas. O trabalho faz uma alusão sobre as dificuldades de aprendizagem e,
também apresenta as possíveis causas e fatores que as desencadeiam, visto que
os educandos sofrem influências multivariadas. A importância da escola não está
apenas em transmitir os conhecimentos construídos pela humanidade, mas também
por ser um local onde as dificuldades de aprendizagem podem ser identificadas
com maior facilidade e agilidade, já que a escola é a principal fonte de alfabetização,
onde as crianças têm oportunidade de contato com a leitura, com a escrita e a
matemática, etc. O presente artigo é resultado de uma pesquisa bibliográfica, e
para que o mesmo fosse concluído foram utilizados nesse estudo, teóricos:
Andrada, Correia, Gómez,Vygotsky, entre ouros que abordam sobre o assunto em
questão. A partir da pesquisa realizada constatou-se que as crianças que
apresentam dificuldades de aprendizagem devem ser identificadas e de imediato, encaminhadas
pelos professores a um psicólogo escolar, onde o mesmo fará parte da equipe da
escola, e deve ter uma visão sistêmica para a formação de ações que visem a
escola como um todo, ou seja, trazendo os pais, a comunidade e outras parcerias
que possam atender as crianças com dificuldades de aprendizagem e ou
comportamental.
Palavras-chave: Dificuldades.
Aprendizagem. Criança.Professor. Escola.
RESUMEN:
Este artículo tiene como
objetivo reflexionar sobre las dificultades de aprendizaje en los primeros años
de la escuela primaria, pues es un
factor que llama la atención sobre la existencia de alumno que asiste a la escuela a menudo
y muchas veces es ignorado, mal diagnosticado y mal tratado por el
profesor y equipo en el contexto escolar. El trabajo hace una
alusión a las dificultades de aprendizaje y también presenta las posibles
causas y los factores que desencadenan, ya que los estudiantes sufren influencias
multivariantes. La importancia de la escuela no es sólo para transmitir los
conocimientos construida por la humanidad, sino también a ser un lugar donde
las dificultades de aprendizaje pueden ser identificada con mayor facilidad y
agilidad, ya que la escuela es la principal fuente de alfabetización, necesita
repensar la práctica cotidiana. Este documento es el resultado de una búsqueda
bibliográfica y el marco teórico se hace a partir de concepciones de autores
como Andrada, Correia, Coelho, Vygotsky y otros que han contribuido para la
construcción del conocimiento sobre el contexto citado. Por lo tanto, con este
estudio trata de comprender la importancia de ofrecer intervenciones apropiadas
para el estudiante para elevar su desarrollo de aprendizaje, sino también para
que podamos pensar juntos acerca de la educación como un derecho de todos.
Palabras clave: dificultades. Aprendizaje. Alumno.
Profesor. Escuela
INTRODUÇÃO
Nos
dias atuais, apontam-se, que as Dificuldades de Aprendizagem (DA) têm sido um
assunto muito debatido devido ao índice altíssimo de crianças que são encaminhadas
para atendimentos especializados, reprovação e evasão do Ensino Fundamental I.
Isto requer informações que partem
da questão política até a escolha de estratégias educacionais nos Centros
de Educação Infantil (CMEIs), passando também pela saúde pública, que necessita
de maiores condições para realizar a sua missão e também pela discussão sobre a
realidade da sociedade brasileira neste momento histórico. Para aprender, a criança nasce com
um aparato biológico, uma estrutura interna herdada que vai se desenvolvendo a
partir de diferentes aprendizagens. As interações constantes entre o sujeito e
o meio, vão modificando suas estruturas internas e novas aprendizagens vão
sendo realizados. Entretanto, se essas condições internas do sujeito da
aprendizagem sofrem alterações advindas de transtornos físicos e biológicos ou
emocionais, de síndromes, entre outras necessidades especiais, torna-se
prioridade para a escola e para o professor repensarem a intervenção pedagógica.
Muitas
crianças aprendem menos que outras, mais lentamente que os outros,
diferentemente dos padrões esperados; há os que, pelo menos aparentemente, nada
aprendem; são os que fracassam na escola e á os que aprendem rapidamente que os
demais e que rapidamente se desinteressam. Toda essa discussão são elementos
que resultam em dificuldades de aprendizagem.
Porém, o presente artigo tem por
objetivo discutir uma proposta que apresente a dificuldade de aprendizagem como
um estudo que abranja uma aproximação entre diferentes especialistas e
profissionais como psicólogo e pedagogo na educação. Agregar esforços, buscando
a prática reflexiva, a pesquisa e seriedade dos profissionais, tornando um
desafio para educação.
A
criança com dificuldades de aprendizagem não tem que carregar um estigma que a
exclua da escola e do direito de aprender. Entretanto, este artigo apontará que
essas crianças com dificuldades de aprendizagens são pessoas que necessitam que
a sociedade lhes assegure: respeito à sua individualidade; reconhecimento de
suas possibilidades e competências para não deixá-las fracassarem. Partindo
dessa problemática que faz necessário realizar essa pesquisa.
Portanto, serão utilizados
vários autores como referência para embasamento deste trabalho, acerca das DAs,
para que seja possível minimizar este assunto que para muitos profissionais da
educação ainda requer aprofundamento, e devido a isso, não conseguem ajudar
adequadamente as crianças com esse tipo de problema, sem falar na questão do
papel do psicólogo na escola que ainda é pouco divulgado no contexto escolar, e
também a falta do mesmo na maioria das escolas. Já que este trabalho tem a sua
natureza uma pesquisa referencial bibliográfica.
Ressalta-se que, o número de
crianças com DA aumentou muito nos últimos anos, no mundo inteiro. No entanto,
para uma melhor compreensão, este artigo está fundamentado nos seguintes
teóricos: Gómez; Correia; Andrada; Coelho, entre outros. Tendo em sua estrutura a formação de tópicos
que facilitarão a compreensão da pesquisa em pauta.
1 DEFINIÇÃO
DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Diante
do tema abordado, Dificuldades da Aprendizagem, pode-se tecer algumas
definições, a partir de diferentes pontos de vista, que irão auxiliar na
compreensão dos transtornos na aprendizagem. De acordo com a definição atual de
Transtornos Específicos da Aprendizagem (TEA), estes implicam um rendimento na
área acadêmica abaixo do esperado para a idade, o nível intelectual e o nível
educativo, cujas manifestações se estendem para outras áreas da vida somente naqueles
aspectos que requerem a leitura, a escrita ou o cálculo; o que deixa fora deste
diagnóstico o atraso mental, os transtornos de linguagem e os déficits
sensoriais primários (déficits visuais e auditivos) que afetam de forma lobal a
vida cotidiana.
Ressalta-se
que, o termo transtorno de aprendizagem descreve um transtorno neurobiológico,
pelo qual o cérebro humano funciona ou é estruturado de maneira diferente. Estas
diferenças interferem na capacidade de pensar ou recordar. Os transtornos de
aprendizagem podem afetar a habilidade do ser humano para fala, ouvir, ler,
escrever, soletrar, raciocinar, recordar, organizar a informação ou aprender
matemática. Tais transtornos não devem ser confundidos com outras deficiências
como o atraso mental, o autismo, a surdez, a cegueira ou os transtornos de comportamento[2].
Nenhuma dessas deficiências constitui um transtorno de aprendizagem. Tampouco
deve ser confundidas com a falta de oportunidades educativas como mudanças
frequentesde escolas ou falta da assistência às aulas[3].
Vygotsky,
também se preocupou com as crianças especiais.
Procurou compreender
e definir a deficiência, discutindo aspectos socioculturais e emocionais. Ao
pensar na gênese social do desenvolvimento, também abordou a questão da
deficiência, baseando-se nas leis que regem o desenvolvimento da criança com
deficiência mental – são as mesmas que regem o desenvolvimento da criança
normal. Vê o desenvolvimento insuficiente das funções das funções psicológicas
superiores relacionadas ao desenvolvimento cultural. A criança acaba marcada
pelo preconceito, resultando num acumulo de complicações cognitivas e
emocionais que agravam a deficiência[4].
Pode-se
considerar o problema de aprendizagem como um sintoma, no sentido de que o não
aprender não configura um quadro permanente, mas sim, entra numa variedade
peculiar de comportamentos nos quais se destaca como sinal de descompensação.
Nenhum fator é determinante do seu surgimento e ele aparece da fratura
contemporânea de uma série de concomitantes.
O sintoma deve ser entendido
como um estado particular de um sistema que, para equilibrar-se, precisou
adotar esse tipo de comportamento que merecia um nome positivo, mas que
caracteriza-se como não aprendizagem. Assim pois, a não aprendizagem não
constitui o contrário de aprender, já que como sintoma está cumprindo uma
função positiva e integradora como a primeira, porém, com outra disposição dos
fatores que intervém.
Diante
do que foi enunciado, percebe-se que nos transtornos de aprendizagem intervém
uma infinidade de fatores. Cada caso particular deve ser considerado de maneira
diferente, sendo que é importante analisar em cada um deles o significado, e a
modalidade da perturbação. Sabe-se que uma criança com dificuldades de
aprendizagem é aquela que não consegue aprender com os métodos com os quais
aprendem a maioria dos alunos, embora já tenham as bases intelectuais
apropriadas para a aprendizagem. Seu rendimento escolar está abaixo de suas
capacidades intelectuais.
As
principais dificuldades de aprendizagens em relação a alunos que ocorriam ao
longo de sua escolarização era a falta de aprendizagem com a leitura e escrita.
Os problemas de aprendizagem, as dificuldades nos relacionamentos sociais, os
fracassos escolares, constituíam fenômenos que se apresentavam em número
extremamente alto em nas escolas, principalmente a escola publica. [5]
Estatísticas oficiais
confirmam que a sociedade brasileira vem sentindo e reclamando: 60% dos
estudantes do quinto ano do ensino fundamental revelam níveis “críticos” ou
“muitos críticos”: não sabem ler ou não entendem o que leem, além de não
dominarem os rudimentos da matemática. [6]
A dificuldade de
aprendizagem é caracterizada pelo déficit da atividade escolar, que se
manifesta por dificuldades especificas e uso das habilidades de audição, fala,
leitura, escrita e raciocínio-matemático.
Atualmente, a dificuldades mais apresentadas nas crianças e que tem
características próprias e, de forma sucinta, são: dislexia, disgrafia, discalculia e TDAH.[7]
Ressalta-se que, os
problemas específicos não se resultam de falta de capacidades intelectuais,
déficits sensoriais primários, privação cultural, falta de continuidade na
assistência às aulas ou mudanças frequentes de escola, problemas emocionais ou
instrução inadequada. No entanto, estas características podem acompanhar a
criança e, desencadear ou inclusive agravar problemas nas áreas de aprendizagem
da mesma. Atualmente, em alguns casos são detectados indicadores neurológicos
que podem ter em consequência um problema de aprendizagem.
Sabe-se
que cada criança é única, as formas na qual os problemas de aprendizagem de
manifestam está relacionada com a individualidade do aprendiz; portanto, não
existem nem causas únicas, nem tratamentos iguais; não existe a criança
disléxica, existe uma criança que apresenta dislexia. Assim, a reação de cada
criança diante dos diversos fatores que intervém na sua aprendizagem será
diferente, por sua estrutura biológica, sua emocionalidade, seu meio
sociocultural. Por isso, é importante conhecer a criança na sua totalidade,
entender sua problemática específica, ajudá-la a conhecer seus pontos fortes e fraquezas
e buscar estratégias de suporte que lhe permitam ter sucesso na sua
aprendizagem.
Diante das várias definições
mencionadas para dificuldades de aprendizagem, a maioria delas se concentra em
fatores orgânicos, culturais e sociais, a definição de (DA) segundo Fonseca:
Dificuldades
de Aprendizagem (DA) é um termo geral que
se refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades
significativas na aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da
leitura, da escrita e do raciocínio matemático. Tais desordens, consideradas
intrínsecas ao indivíduo, presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do
sistema nervoso central, podem ocorrer
durante toda a vida. Problemas na autorregulação do comportamento, na percepção
social e na interação social podem existir com as DA. Apesar das DA ocorrerem
com outras deficiências (por exemplo, deficiência sensorial, deficiência
mental, distúrbios socioemocionais ou com influências extrínsecas, por exemplo,
diferenças culturais, insuficiente ou inapropriada instrução, etc.), elas não são
o resultado dessas condições[8].
Portanto,
os problemas de aprendizagem não desaparecem; no entanto, a criança pode
aprender a compensar suas dificuldades. Quanto mais cedo for realizada a
intervenção de suporte, acriança poderá aprender aa conduzir melhor sua
dificuldade em aprender.
2 OS
FATORES QUE DIFICULTAM NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA
No
propósito de ajudar educadores e pais a identificar nas crianças que apresentem
Dificuldades na Aprendizagem serão abordados ainda alguns teóricos especializados
nessas áreas, sendo assim, pode-se evitar que estas sofram a discriminação e a
falta de compreensão das suas deficiências e limitações. Já que ao reconhecer
as características das Dificuldades de Aprendizagens (Das), profissionais e pais
terão possibilidades de valorizar suas capacidades e habilidades para que sejam
superadas as dificuldades. Segundo Correia:
Uma
criança pode ser identificada como inapta para a aprendizagem se não alcançar resultados proporcionais aos seus níveis de idade e
capacidades numa ou mais de sete áreas específicas quando lhe sãoproporcionadas
experiências de aprendizagem adequadas a esses mesmos níveis[9].
Diante
dessa situação, há uma infinidade de fatores que intervém para o surgimento de
um baixo rendimento escolar, como resultado do processo de aprendizagem.
Pode-se mencionar a existência de condições internas, que estão relacionadas
com os aspectos neurobióticos ou orgânicos, ou seja, referem-se ao sistema
nervoso central (SNC) e, especificamente, ao cérebro, ou seja, com o que se
aprende. Também, devem levar-se em consideração os aspectos psíquicos, que em
muitos casos apresentam-se como causa implícita do baixo rendimento escolar.
Sendo assim, está se falando de quem “aprende”.
No
entanto, entre as condições externas, devem ser considerados os aspectos
sociais que se referem ao como se aprende e ao ambiente no qual se aprende.
Deve-se entender que esses fatores interagem entre si. As alterações da
aprendizagem podem ser devidas a uma diversidade de fatores que intervém na
mesma, ou seja, a fatores neurobióticos, a afecções emocionais ou organizações
pedagógicas afastadas da realidade psicossocial daqueles que transmitem por tal
processo; e a causa do baixo rendimento escolar deve ser analisada a partir de
diferentes vertentes[10].
Fatores
Orgânicos: para que a aprendizagem escolar aconteça de forma satisfatória,
é fundamental a “integridade anatômica” e do funcionamento daqueles órgãos que
estão envolvidos na recepção dos estímulos do meio, assim como dos processos
que asseguram a coordenação com o sistema nervoso central. Em primeiro lugar é
imprescindível revisar tanto a capacidade auditiva como a visual. A hipoacusia
e a miopia costumam aparecer como causadores de dificuldades escolares. No
entanto, estas perdas sensoriais não são a origem das dificuldades específicas
de aprendizagem e, se faz necessário, pesquisar os aspectos neurológicos, pois
devem-se conhecer as condições da criança diante das demandas da aprendizagem[11].
Um sistema nervoso não é caracterizado, no nível de comportamento, pelo seu
ritmo, sua flexibilidade e seu equilíbrio. Este garante harmonia nas mudanças e
consequências na conservação.
Sendo assim, ao contrário do que
ocorre, quando existem lesões ou descobertas corticais, encontra-se uma conduta
rígida, estereotipada, confusa e densa patente na educação perceptivo-motora ou
na compreensão. Estas descobertas podem ser genéticas, neonatais ou
pós-encefálicas, traumáticas, etc. Como
exemplo, pode-se falar de algumas hipercinesias (excesso de movimentação),
espasticidade (contração involuntária dos músculos produzida geralmente por um
mecanismo reflexo), sincinesias (quando num movimento intervém músculos que não
fazem parte do movimento), ou em alguns transtornos da compreensão como
apraxias (alterações do processo práxico), afasias (transtornos da linguagem
adquiridos, uma vez que já estejam desenvolvidas a compreensão e a expressão
verbais) e algumas dislexias.
Desse modo, as lesões ou disfunções
podem ter origem na época pré-natal, perinatal ou pós-natal[12].
Fatores
Específicos: Encontram-se certos tipos de transtornos na área da adequação
perceptiva motora. Embora pareçam possuir origem orgânica, não existe
possibilidade de comprovação. Estes transtornos afetam o nível de aprendizagem
da linguagem, da sua articulação, da leitura e da escrita.[13] Aparecem
em inúmeras pequenas falhas como, por exemplo, a alteração da sequência
percebida, dificuldades para construir imagens claras, sílabas e palavras, etc.
Pode-se encontrar também dificuldades na análise e síntese dos símbolos, na
capacidade sintática e na atribuição significativa. Alguns processos dentro das
afasias podem aparecer sem que possa estabelecer sua origem em um dano
cerebral.
Muitos problemas de aprendizagem
encontram-se relacionados com uma indeterminação da lateralidade. Fica claro que a norma é o uso da mão
direita. A criança destra nas extremidades e no olho apresenta uma grafia mais
uniforme e harmônica; já a criança canhota, é forçada a uma decodificação
precoce. Nesse sentido, o caso se agrava ainda mais quando há presença de uma
lateralidade cruzada, ou seja, quando os olhos e as mãos não apresentam uma
lateralização comum.
Fatores
Emocionais: deve-se levar em consideração que a família é a sala de aula
primordial na educação da criança. Continuamente, se ouve falar nas escolas,
por pedagogos, psicólogos, etc., que os aspectos da interação familiar podem
contribuir para as dificuldades da criança na escola, visto que, os aspectos
emocionais podem interferir negativamente nos processos de aprendizagem da
mesma.[14] Portanto,
os educadores devem estar muito atentos às reações da criança, buscando a forma
de ajuda-lo a manejar e elaborar estas situações, já que podem ser afetados
diferentes âmbitos da sua vida, incluindo a aprendizagem.
Fatores Ambientais: de acordo com a
psicóloga Gómez, o professor ensina, mas a criança aprende sozinha, essa é a
incoerência. Os pais e os professores podem possuir a informação, porém sua
função não é transmiti-la, mas sim propiciar ferramentas e o espaço adequado
para que a construção do conhecimento seja possível[15]. O papel do professor é fundamental, pois pode
ajudar a criança a reconhecer a si mesma como ser pensante e autora da sua
história[16].
Ressalta-se que, deve ser levada em conta a idoneidade do processo de
ensino/aprendizagem, usando programas adequados que levem em consideração as
diferentes modalidades de aprendizagem.
Os métodos e as técnicas psicopedagógicos
precisam ser sustentados pela pessoa que ensina. A responsabilidade do ensinar
e do aprender é uma responsabilidade compartilhada[17].
No processo pode haver, pedras altos e baixos, situações de risco; a
responsabilidade compartilhada entre a pessoa que ensina e a que aprende exime
de culpas. A
culpabilização da pessoa que aprende ou da que ensina impede o entendimento da
necessidade da responsabilidade. Um pai ou professor deve compreender que
quando o sujeito aprendeu, quando for capaz de dizer “aprendi”, já não
necessitará mais dessa pessoa que estava na posição de ensinar.
Os processos de aprendizagem, são
construtores do sujeito, de acordo com Nóvoa:
A
manutenção de professores no lugar de meros executores das propostas e
pressupostos organizados por especialistas e instancias oficiais está
diretamente associada a processos históricos de exclusão dos professores. O
autor associa o lugar ocupado hoje pelo professor na educação ao “lugar do
morto”, estratégia utilizada em jogos de carta para manter neutralizados um dos
jogadores. Este é obrigado a expor suas cartas aos parceiros, que não poderão
realizar nenhuma jogada sem consultá-las; porém, ele (o jogador morto) não
poderá nem ao menos interferir no desenrolar do jogo[18].
No entanto, os processos de
aprendizagem são construtores do sujeito. Ao aprender, o próprio sujeito é
construído. O que permanece no sujeito ao aprender, além do esquecimento do
conteúdo aprendido, é o prazer de dominar a bicicleta, o lápis, o material de
leitura, etc. É o prazer da autonomia, de poder fazê-lo, de conseguir alcançar.
Por isso,
para desenvolver a vontade de aprender é importante que a pessoa que ensine evite
colocar no aprender uma finalidade útil. Uma criança aprende andar de bicicleta
pelo prazer de fazê-lo, não porque tem de ir com ela comprar um jornal ou
porque tem que ganhar uma corrida. Nessa concepção, a pessoa que ensina,
entrega as ferramentas necessárias para se aprender, não oferece o conhecimento
diretamente. A
ferramenta que ela entrega, não é a mesma que ela utiliza; dessa forma, para
uma pessoa que ensina possa apoiar a criança no seu espaço de aprendizagem, no
seu processo, necessita estar medianamente segura de si mesma e ter seus
próprios projetos; ou seja, não necessita depender do sucesso da pessoa que
aprende para sentir-se bem.
Portanto, o meio deveria oferecer
aos diferentes aprendizes às possibilidades para desenvolver suas
potencialidades com suas diferentes modalidades de aprendizagem. No caso das
experiências precoces, sua falta influi de forma negativa nas capacidades de
aprendizagem. No que se refere ao meio escolar, devem ser analisadas as
condições materiais de ensino como, por exemplo: se as classes estão saturadas,
se as condições físicas são inadequadas ou se está se trabalhando com material
inapropriado.
Nesse caso, deve-se levar em
consideração a idoneidade do processo de ensino/aprendizagem. Referindo-se ao uso
de programas adequados que levem em consideração as diferentes modalidades de
aprendizagem.
3 O
PROFESSOR E O PSICÓLOGO EM PARCERIA PARA ATENDER AS NECESSIDADES DOCONTEXTO
ESCOLAR.
Quando
se fala em educação, aprendizagem escolar, o professor é o eixo principal, pode-se
dizer que nele está o segredo do sucesso, ele não pode tudo, mas, pode muito. O
educador muitas vezes sabe mais sobre seus alunos do que mesmo os pais,
pedagogos, psicólogos. O
mesmo tem mais conhecimento sobre a criança do que se imagina. É capaz de
organizar estratégias de ação e reformulá-las em segundos, diante de uma turma
de alunos. Muitas vezes se esquece de que o professor é um ser humano, e não um
super-homem, com uma história de vida, concepções próprias, sentimentos, preconceitos,
medos, etc., oriundos de sua experiência anterior[19]. Faz-se
necessário, observar as necessidades que o cotidiano coloca para os
professores, as condições reais que delimitam a sua esfera de vida pessoal e
profissional, para não correr o risco de ter uma visão limitada de ação
docente. De acordo com Marques, a forma como o professor recebe alunos com
deficiência depende das relações estabelecidas ao longo de sua vida pessoal, de
sua formação profissional e de sua prática pedagógica, retratando o seu modo de
ser e de agir, suas concepções[20]. Contudo,
mesmo quando suas práticas pedagógicas têm pressupostos de integração e de
inclusão, elas vêm acompanhadas de concepções excludentes e segregacionistas. Diante do exposto, o papel do
professor, hoje em dia, vai muito além de passar conteúdo da grade curricular,
já que está trabalha em prol de preparar os alunos para a vida em sociedade.
Essa parte é o que torna a atuação do professor mais complexa, pois além de
ajudar a alfabetizar e formar bons cidadãos, o professor lida também direta e
indiretamente com problemas sociais que os alunos trazem de fora da escola para
dentro das salas de aula, principalmente problemas referentes ao âmbito
familiar. Para
os professores manterem uma boa relação com os alunos este precisa conhecer
seus alunos e a realidade em que está inserido, analisar quais atividades lhe despertam
interesse e planejar suas ações em concordância com as habilidades e
capacidades que identifica neles, isto requer dos professores atenção e
paciência para falas, angústias, sentimentos, denúncias, que muitas vezes
aparecem durante as aulas, ao ouvi-los, deve procurar reorganizar a relação
professor/aluno. Sobre a
ação do psicólogo na escola, este não deve prestar atenção apenas aos problemas
dos alunos e dos professores em sala de aula, mas também buscar oferecer
suporte de escuta para o professor enquanto pessoa, já que ele tem angústias
relacionadas tanto à profissão como a fatores decorrentes do âmbito pessoal.[21]
Quanto
às angústias da vida particular do professor, é necessário que o psicólogo faça
acompanhamentos em grupo e/ou individualizados para atender às necessidades
decorrentes das angústias apresentadas pelos professores, estas influenciam na
sua maneira de ensinar, na sua resistência com relação às frustrações e
dificuldades vinculadas ao papel de profissional da educação. Não se deve
esquecer que na atualidade é cada vez mais frequente os professores adoecerem
física e mentalmente. Portanto,
o papel do psicólogo é de: acompanhar, sugerir e buscar as melhores
estratégias, métodos para resolver situações problemáticas apresentadas na
escola e que possam ajudar os elementos que compõem o contexto escolar a
identificar as causas e as possíveis intervenções que auxiliem na condução dos
processos escolares, o que irá permitir um novo olhar sobre as demandas da
escola, já que em muitos casos o principal problema está na forma com que
enxergar os fatos.[22]
A
interação entre professor e psicólogo escolar, é importante dizer que cada um
precisa respeitar o papel do outro, considerar e valorizar o conhecimento que
cada um construiu através das experiências vividas junto à escola e aos alunos.
Esses profissionais obterão maior autonomia, respeito por seu trabalho e
habilidades para resolver os problemas com que se depara no âmbito escolar se
trabalharem de maneira integrada.
Nesse
contexto, Andrada afirma.
O
psicólogo educacional precisa criar um espaço para escutar as demandas da
escola e pensar maneiras de lidar com situações que são cotidianas. Precisa
criar formas de reflexão dentro da escola, com todos os sujeitos (alunos, professores
e especialistas) para que se possa trabalhar com suas relações e paradigmas[23].
É
de suma importância que o psicólogo e o professor estabeleçam uma relação de
confiança e parceria no que diz respeito aos problemas de sala de aula, os quais
analisarão para então elaborar as possíveis intervenções, já que o trabalho de
ambos é essencial para que cheguem à solução dos problemas e necessidades
encontradas. Os profissionais da educação, não devem apenas estar focados na
realização de ações de intervenção, mas também devem elaborar propostas que
tenham como objetivo prevenir os problemas que possam vir a acontecer no âmbito
escolar.
Já
no que diz respeito ao papel do professor, hoje em dia, vai muito além de
passar conteúdo da grade curricular, já que está trabalha em prol de preparar
os alunos para a vida em sociedade. Essa parte é o que torna a atuação do
professor mais complexa, pois além de ajudar a alfabetizar e formar bons
cidadãos, o professor lida também direta e indiretamente com problemas sociais
que os alunos trazem de fora da escola para dentro das salas de aula,
principalmente problemas referentes ao âmbito familiar.
Nessa
concepção Freire menciona.
O meu bom
senso que me adverte de que exercer minha autoridade de professor na classe,
tomando decisões, orientando atividades, estabelecendo tarefas, cobrando a produção individual e coletiva do grupo
não é sinal de autoritarismo de minha parte.
É minha autoridade cumprindo a seu dever[24].
Para
os professores manterem uma boa relação com os alunos este precisa conhecê-los sabera
realidade em que estão inseridos, analisar quais atividades lhe interessa e
planejar suas ações em concordância com as habilidades e capacidades que
identifica neles, isto requer dos professores atenção e paciência para falas,
angústias, sentimentos, denúncias, que muitas vezes aparecem durante as aulas,
ao ouvi-los, deve procurar reorganizar a relação professor/aluno.
Sobre
a ação do psicólogo na escola, este não deverá atenção apenas aos problemas dos
educandos e dos educadores em sala de aula, mas também buscar oferecer suporte
de escuta para o professor enquanto pessoa, já que ele tem angústias
relacionadas tanto à profissão como a fatores decorrentes do âmbito pessoal.
Quanto
às angustias da vida particular do professor, é necessário que o psicólogo faça
acompanhamentos em grupo e/ou individualizados para atender às necessidades
decorrentes das angústias apresentadas pelos professores, estas influenciam na
sua maneira de ensinar, na sua resistência com relação às frustrações e dificuldades
vinculadas ao papel de profissional da educação. Não se deve esquecer que na
atualidade é cada vez mais frequente os professores adoecerem física e
mentalmente.
Portanto,
o papel do psicólogo[25] é
de: acompanhar, sugerir e buscar as melhores estratégias, métodos para resolver
situações problemáticas apresentadas na escola e que possam ajudar os elementos
que compõem o contexto escolar a identificar as causas e as possíveis
intervenções que auxiliem na condução dos processos escolares, o que irá permitir
um novo olhar sobre as demandas da escola, já que em muitos casos o principal
problema está na forma com que enxergar os fatos. A
interação entre professor e psicólogo escolar, é importante dizer que cada um precisa
respeitar o papel do outro, considerar e valorizar o conhecimento que cada um construiu
através das experiências vividas junto à escola e aos alunos. Esses profissionais
obterão maior autonomia, respeito por seu trabalho e habilidades para resolver
os problemas com que se depara no âmbito escolar se trabalharem de maneira
integrada[26].
CONCLUSÃO
Compreendendo
as Dificuldades de Aprendizagem como um fato muito presente em quase todas as
escolas, o ensino adequado possivelmente pode superar essas dificuldades. Um
dos grandes problemas é a falta de identificação dessas dificuldades nas
crianças que são portadoras, sendo imprescindível uma boa formação aos
educadores para que sejam capazes de identificar tais dificuldades, já que o
diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença na vida da criança.
A
aprendizagem é o que faz o sujeito se desenvolver, e qualquer um pode aprender
desde que os métodos de ensino sejam apropriados ao educando. O ideal seria a
homogeneização no que se refere a uma turma, mas sem deixar de considerar que
cada ser tem diferentes habilidades e dificuldades e, com um professor que
priorize a individualidade de cada aluno, seria possível todo e qualquer
desenvolvimento esperado.
Sendo
assim, conhecer as inteligências dos educandos pode favorecer não só o processo
de aprendizagem, como também as relações, a maneira como o educador lida com a
criança, é de fundamental importância no desenvolvimento da aprendizagem da
mesma.
Ressalta-se
que, é impossível aplicar um ensino que priorize cada aluno individualmente,
visto que as salas de aulas das escolas públicas são superlotadas, e isso
dificulta bastante à intervenção do professor; mas,diante do compromisso do
educador com a educação, pois sabe-se que a aprendizagem é a esperança de um
futuro melhor para todos, cabe ao educador, dedicar-se ao máximo para suprir as
necessidades educativas de seus alunos, juntamente com uma equipe técnica
ligada a educação.
Compreendendo que a pesquisa é de
extrema importância para todos aqueles que desejam fazer de seus alunos futuros
cidadãos e que através dessa interferência educacional, os educandos sintam-se
mais confiantes diante das adversidades da vida, através das várias formas de
ajuda por meio do professor, psicólogo, família e escola, possam ter uma melhor
visão com o mundo que o cerca.
Ser um educador exige um grande
esforço de superar ou ao menos minimizar os problemas do cotidiano escolar, o
mesmo precisa planejar suas aulas e sempre participar das formações
continuadas, utilizarem técnicas e métodos eficazes para ajudarseus alunos, e,
em especial aqueles que são portadores de deficiência na aprendizagem, é
complexo e difícil no campo cientifico de estudo, no qual possui diferentes
concepções, mas não é impossível dar a sua contribuição da educação dessas
crianças que serão o futuro da nossa sociedade.
Ao realizar essa pesquisa, percebe-se
que hoje nas escolas o DA, é um dos grandes problemas e desafios para educação,
é difícil de resolver, porém não impossível de solucionar. Precisa-se
verdadeiramente conscientizar os professores, e toda equipe, pois somente
quando os mesmos forem conscientizados da importância do seu papel na formação
da criança para inseri-la na sociedade.
Portanto,
pode-se considerar que a Dificuldade de Aprendizagem envolve determinantes multivariados,
e que o mais importante é o modo como se percebe o potencial de aprendizagem
das crianças com DA, ao observar as suas potencialidades, ter-se-á condições de
ampliar a sua forma de intervenção e consequentemente de se obter maiores e
melhores resultados.
Nessa
perspectiva, a fundamentação teórica proveniente do curso de psicopedagogia,
foi de grande valia para o meu crescimento profissional, pois aprendi que não
existem limites para a aprendizagem, o que precisamos são de profissionais
comprometidos com a educação.
REFERÊNCIAS
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Psicólogo Escolar.Psicologia:Reflexão
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VYGOTSKY,
L. S. A Formação Social da Mente. São
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[1] Graduada em Pedagogia, pela
universidade Estadual Vale do Acaraú – U V A
[2]GÓMEZ, Ana Maria salgado.Dificuldades de Aprendizagem: detecção
de ajuda. São Paulo: Vozes, 2010, p. 95.
[3] GÓMEZ, 2010, p. 93.
[4]VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo:
Martins Fontes, 1998, p.27
[5] LALOMON, Sonia Maria. Experiências
que proporcionam o aprender – Abrindo as portas da percepção, da intuição, da
vivencia corporal: caminho do encontro para a aprendizagem. Psicopedagogia:
contribuição para a educação, 205, p. 99
[6] LALOMON. P.99
[7] GOMES, Ana Maria Salgado.
Dificuldades de aprendizagem: detenção e estratégias de ajuda. Editora cultural,
2010.
[8]FONSECA, V. da. Introdução
às Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre:Artmed, 1995, p. 71.
[9]CORREIA, L. de M.;
MARTINS, A. P. Dificuldade de Aprendizagem: Que são? Como entendê-las?
Rio de Janeiro: Porto, 2005, p. 7. (Biblioteca Digital).
[12]GÓMEZ, 2010, pp. 99.
[15]ANDRADA, E. G. C. Novos
Paradigmas na Prática do Psicólogo Escolar.Psicologia: Reflexão e Crítica. Porto Alegre, n. 2, maio/ago.
2005. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/prc/v18n2/27470.pdf>.
Acesso em: 10 nov. 2014.
[16]GÓMEZ, 2010, p. 103
[19]CORREIA, L. de M.; MARTINS, A. P. Dificuldade de Aprendizagem: Que são? Como entendê-las? Rio de
Janeiro: Porto, 2005. (Biblioteca Digital)
[20]MARQUES, MARQUES, L. P. O Professor de Alunos com Deficiência
Mental: Concepções e prática pedagógica.
Campinas/SP, 2000. Tese (Doutorado).
[21]
Novos Paradigmas na Prática do Psicólogo
Escolar.Psicologia:Reflexão e Crítica.
Porto Alegre, n. 2, maio/ago. 2005. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/prc/v18n2/27470.pdf>.
Acesso em: 10 nov. 2014. 2011, p. 196.
[23]ANDRADA, E. G. C.
2014.
2011, p. 196.
[24]FREIRE, 1996, p. 68.
[25] ANDRADA, 2011, P. 196.
[26]FRANCISCA, M.S.;
LOVO, N.; COELHO, R.; FANTUCCI, W. Jº. MACHADO, B. Dificuldades de Aprendizagem e o Papel do Psicólogo Escolar na Escola. Disponível
em: <htt://www.inesul.edu.br/revista/...arq-idvol_24_1364871202.pdf. Acesso
em: 12 nov. de 2014. p. 1 à 22.
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