PRÁTICAS E DIFICULDADES NO ENSINO
APRENDIZAGEM.
1 1. INTRODUÇÃO
A
dificuldade de aprendizagem decorre de fatores intrínsecos e ambientais de
construção do sujeito, bem como da desestabilização em virtude da adaptação ao
que é novo. Perraudeau (pág. 116, 2009) analisa a aprendizagem sob o ponto de
vista do construtivismo social, que compreende o aprender como uma fonte de
dificuldades, pois apropriar-se do novo revela indicadores de erro em trabalhos
orais, escritos ou motores.
Nos dias atuais, notam-se,
que as Dificuldades de Aprendizagem (DA) têm sido um assunto muito debatido
devido ao índice altíssimo de crianças que são encaminhadas para atendimentos
especializados, reprovação e evasão do Ensino Fundamental I. Isto requer informações
que partem da questão política
até a escolha de estratégias educacionais nos Centros de Educação Infantil
(CMEIs), passando também pela saúde pública, que necessita de maiores condições
para realizar a sua missão e também pela discussão sobre a realidade da
sociedade brasileira neste momento histórico. Para
aprender, a criança nasce com um aparato biológico, uma estrutura interna
herdada que vai se desenvolvendo a partir de diferentes aprendizagens. As
interações constantes entre o sujeito e o meio, vão modificando suas estruturas
internas e novas aprendizagens vão sendo realizados. Entretanto, se essas
condições internas do sujeito da aprendizagem sofrem alterações advindas de
transtornos físicos e biológicos ou emocionais, de síndromes, entre outras
necessidades especiais, torna-se prioridade para a escola e para o professor
repensarem a intervenção pedagógica.
Muitas crianças aprendem menos que
outras, mais lentamente que os outros, diferentemente dos padrões esperados; há
os que, pelo menos aparentemente, nada aprendem; são os que fracassam na escola
e á os que aprendem rapidamente que os demais e que rapidamente se
desinteressam. Toda essa discussão são elementos que resultam em dificuldades
de aprendizagem.
Porém,
o presente artigo tem por objetivo discutir uma proposta que apresente a
dificuldade de aprendizagem como um estudo que abranja uma aproximação entre
diferentes especialistas e profissionais como psicólogo e pedagogo na educação.
Agregar esforços, buscando a prática reflexiva, a pesquisa e seriedade dos profissionais,
tornando um desafio para educação.
A criança com dificuldades de
aprendizagem não tem que carregar um estigma que a exclua da escola e do
direito de aprender. Entretanto, este artigo apontará que essas crianças com
dificuldades de aprendizagens são pessoas que necessitam que a sociedade lhes
assegure: respeito à sua individualidade; reconhecimento de suas possibilidades
e competências para não deixá-las fracassarem. Partindo dessa problemática que
faz necessário realizar essa pesquisa.
Portanto, serão utilizados autores como referência para
embasamento deste trabalho, acerca das DAs, para que seja possível minimizar
este assunto que para muitos profissionais da educação ainda requer
aprofundamento, e devido a isso, não conseguem ajudar adequadamente as crianças
com esse tipo de problema, sem falar na questão do papel do psicólogo na escola
que ainda é pouco divulgado no contexto escolar, e também a falta do mesmo na
maioria das escolas. Já que este trabalho tem a sua natureza uma pesquisa
referencial bibliográfica.
Ressalta-se que, o número de crianças com DA aumentou
muito nos últimos anos, no mundo inteiro. No entanto, para uma melhor
compreensão, este artigo está fundamentado nos seguintes teóricos: Gómez;
Correia; Andrada; Coelho, entre outros.
2.
JUSTIFICATIVA
A iniciativa da proposta deste projeto deve-se à
experiência na Educação Básica onde observamos que há um número significativo
de crianças nas Séries Iniciais da sua escolarização que apresentam muitas
dificuldades de aprendizagem. São crianças que estão sentenciados ao fracasso
antes mesmo que se esgotem todas as possibilidades didático-pedagógicas em
alfabetizá-las, uma vez que não há uma sala psicopedagógico específica que
atenda suas defasagens curriculares. Ao se propor o presente artigo,
acreditamos que se pode contribuir de forma bastante significativa para a
superação das dificuldades de aprendizagem apresentadas por crianças que
compõem uma parcela significativa da população e que não conseguem apreender as
habilidades necessárias para o domínio da leitura, escrita e cálculos. No
projeto se propõe operacionalizar uma prática pedagógica que reflita
coletivamente sobre a proposta pedagógica nas escolas, sobre o planejamento das
atividades educativas, sobre as estratégias e recursos de ensino-aprendizagem e
de avaliação com um enfoque ao ensino e aprendizagem e avaliação visando
garantir que todos os alunos aprendam.
Acreditamos que para a superação dos problemas de
dificuldades na aprendizagem da criança, é necessário um planejamento que
inclua atividades diversificadas e individuais, estudo constante, dedicação e
muita competência, pois será necessário investigar as teorias de aprendizagem e
colocá-las em prática, conhecendo também a história familiar do aluno que é o
ponto fundamental desse trabalho.
De outra forma ao propormos esse estudo, vimos o quanto é
importante a formação do profissional cidadão pois o projeto constitui-se numa
grande oportunidade para os educadores comprometidos para desenvolver suas
habilidades docente em uma população com características desafiadoras e
assessoradas por uma equipe de trabalho disposta, motivada, ágil, criativa e
competente.
Daí a nossa certeza que este artigo contará com o apoio de todos os
professores, independente da disciplina que lecionem, pois a equipe docente tem
plena consciência de que é possível minimizar essas dificuldades de
aprendizagem na vida do aluno, e que o mesmo deve ter o domínio sobre a
aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental.
3.
OBJETIVOS:
Espera-se
oferecer às crianças, alvo do projeto, atividades diversificadas que minimizem
o fracasso escolar melhorando sua autoestima por meio da oportunidade, para que
possam construir sua práxis educativa no contexto desafiador do aluno com
dificuldades de aprendizagem.
Também
objetiva-se proporcionar situações de agir-refletir-agir compatíveis com os
objetivos educacionais, metodologias e conteúdos programáticos das Séries
Iniciais do Ensino Fundamental e o domínio por parte dos graduandos do
conhecimento pedagógico e científico da aprendizagem da criança com
dificuldades.
4.
METODOLOGIA:
A
metodologia desenvolvida durante o período da pesquisa, partiu da observação da
realidade de cada educando, uma vez que cada aluno é um caso específico e para
buscar uma solução das dificuldades de aprendizagem, requer a escolha de
estratégias e atividades pedagógicas que busquem dar sentido aos problemas
revelados.
Reunião com os professores, para
esclarecimentos sobre o projeto e pedido de sugestões; Iniciar o dia da leitura
na escola, através de algumas ações de motivação sobre a importância da
leitura.
Os alunos foram incentivados a
trazerem material do seu interesse para leitura para sala de aula. Também os
professores ofereceram aos alunos, gêneros de leitura variados, por exemplo: poesia,
piada, contos, literatura infanto-juvenil, histórias em quadrinhos, artigos
informativos, etc e/ou dirigir a aula de leitura a um tema específico.
Os alunos foram incentivados a produções
textuais com o tema: “A Importância do Ato de Ler”. Além disso, foram realizados momentos de
palestras para os alunos, com Profissionais capacitados, visando uma maior
conscientização sobre a importância da leitura.
Também confeccionaram ilustrações de
frases para divulgar o projeto de leitura pelas dependências da Escola.
A equipe pedagógica fez o acompanhamento,
avaliação e reorganização necessária, dos trabalhos.
5.
ABORDAGEM TEÓRICA
Quando se fala em educação,
aprendizagem escolar, o professor é o eixo principal, pode-se dizer que nele
está o segredo do sucesso, ele não pode tudo, mas, pode muito. O educador
muitas vezes sabe mais sobre seus alunos do que mesmo os pais, pedagogos,
psicólogos. O
mesmo tem mais conhecimento sobre a criança do que se imagina. É capaz de
organizar estratégias de ação e reformulá-las em segundos, diante de uma turma
de alunos. Muitas vezes se esquece de que o professor é um ser humano, e não um
super-homem, com uma história de vida, concepções próprias, sentimentos,
preconceitos, medos, etc., oriundos de sua experiência anterior. Faz-se
necessário, observar as necessidades que o cotidiano coloca para os
professores, as condições reais que delimitam a sua esfera de vida pessoal e
profissional, para não correr o risco de ter uma visão limitada de ação
docente.
De acordo com Marques, a forma como
o professor recebe alunos com deficiência depende das relações estabelecidas ao
longo de sua vida pessoal, de sua formação profissional e de sua prática
pedagógica, retratando o seu modo de ser e de agir, suas concepções. Contudo,
mesmo quando suas práticas pedagógicas têm pressupostos de integração e de
inclusão, elas vêm acompanhadas de concepções excludentes e segregacionistas.
Diante do
exposto, o papel do professor, hoje em dia, vai muito além de passar conteúdo
da grade curricular, já que está trabalha em prol de preparar os alunos para a
vida em sociedade. Essa parte é o que torna a atuação do professor mais
complexa, pois além de ajudar a alfabetizar e formar bons cidadãos, o professor
lida também direta e indiretamente com problemas sociais que os alunos trazem
de fora da escola para dentro das salas de aula, principalmente problemas
referentes ao âmbito familiar.
Para
os professores manterem uma boa relação com os alunos este precisa conhecer
seus alunos e a realidade em que está inserido, analisar quais atividades lhe
despertam interesse e planejar suas ações em concordância com as habilidades e
capacidades que identifica neles, isto requer dos professores atenção e
paciência para falas, angústias, sentimentos, denúncias, que muitas vezes
aparecem durante as aulas, ao ouvi-los, deve procurar reorganizar a relação
professor/aluno.
Sobre a ação do psicólogo na escola,
este não deve prestar atenção apenas aos problemas dos alunos e dos professores
em sala de aula, mas também buscar oferecer suporte de escuta para o professor
enquanto pessoa, já que ele tem angústias relacionadas tanto à profissão como a
fatores decorrentes do âmbito pessoal.
Quanto às angústias da vida
particular do professor, é necessário que o psicólogo faça acompanhamentos em
grupo e/ou individualizados para atender às necessidades decorrentes das
angústias apresentadas pelos professores, estas influenciam na sua maneira de
ensinar, na sua resistência com relação às frustrações e dificuldades
vinculadas ao papel de profissional da educação. Não se deve esquecer que na
atualidade é cada vez mais frequente os professores adoecerem física e
mentalmente. Portanto,
o papel do psicólogo é de: acompanhar, sugerir e buscar as melhores estratégias,
métodos para resolver situações problemáticas apresentadas na escola e que
possam ajudar os elementos que compõem o contexto escolar a identificar as
causas e as possíveis intervenções que auxiliem na condução dos processos
escolares, o que irá permitir um novo olhar sobre as demandas da escola, já que
em muitos casos o principal problema está na forma com que enxergar os fatos.
A interação entre professor e
psicólogo escolar, é importante dizer que cada um precisa respeitar o papel do
outro, considerar e valorizar o conhecimento que cada um construiu através das
experiências vividas junto à escola e aos alunos. Esses profissionais obterão
maior autonomia, respeito por seu trabalho e habilidades para resolver os
problemas com que se depara no âmbito escolar se trabalharem de maneira
integrada.
Nesse contexto, Andrada afirma.
O psicólogo
educacional precisa criar um espaço para escutar as demandas da escola e pensar
maneiras de lidar com situações que são cotidianas. Precisa criar formas de reflexão
dentro da escola, com todos os sujeitos (alunos, professores e especialistas)
para que se possa trabalhar com suas relações e paradigmas.
É de suma importância que o
psicólogo e o professor estabeleçam uma relação de confiança e parceria no que
diz respeito aos problemas de sala de aula, os quais analisarão para então
elaborar as possíveis intervenções, já que o trabalho de ambos é essencial para
que cheguem à solução dos problemas e necessidades encontradas. Os
profissionais da educação, não devem apenas estar focados na realização de
ações de intervenção, mas também devem elaborar propostas que tenham como
objetivo prevenir os problemas que possam vir a acontecer no âmbito escolar.
Já no que diz respeito ao papel do
professor, hoje em dia, vai muito além de passar conteúdo da grade curricular,
já que está trabalha em prol de preparar os alunos para a vida em sociedade.
Essa parte é o que torna a atuação do professor mais complexa, pois além de
ajudar a alfabetizar e formar bons cidadãos, o professor lida também direta e
indiretamente com problemas sociais que os alunos trazem de fora da escola para
dentro das salas de aula, principalmente problemas referentes ao âmbito
familiar.
Nessa concepção Freire menciona.
O meu bom
senso que me adverte de que exercer minha autoridade de professor na classe,
tomando decisões, orientando atividades, estabelecendo tarefas, cobrando a produção individual e coletiva do grupo
não é sinal de autoritarismo de minha parte. É minha autoridade cumprindo a seu
dever.
Sobre a ação do psicólogo na escola,
este não deverá atenção apenas aos problemas dos educandos e dos educadores em
sala de aula, mas também buscar oferecer suporte de escuta para o professor
enquanto pessoa, já que ele tem angústias relacionadas tanto à profissão como a
fatores decorrentes do âmbito pessoal.
Quanto às angustias da vida
particular do professor, é necessário que o psicólogo faça acompanhamentos em
grupo e/ou individualizados para atender às necessidades decorrentes das
angústias apresentadas pelos professores, estas influenciam na sua maneira de
ensinar, na sua resistência com relação às frustrações e dificuldades
vinculadas ao papel de profissional da educação. Não se deve esquecer que na
atualidade é cada vez mais frequente os professores adoecerem física e
mentalmente.
Portanto, o papel do psicólogo é de:
acompanhar, sugerir e buscar as melhores estratégias, métodos para resolver
situações problemáticas apresentadas na escola e que possam ajudar os elementos
que compõem o contexto escolar a identificar as causas e as possíveis
intervenções que auxiliem na condução dos processos escolares, o que irá
permitir um novo olhar sobre as demandas da escola, já que em muitos casos o
principal problema está na forma com que enxergar os fatos. A interação entre
professor e psicólogo escolar, é importante dizer que cada um precisa respeitar
o papel do outro, considerar e valorizar o conhecimento que cada um construiu
através das experiências vividas junto à escola e aos alunos. Esses
profissionais obterão maior autonomia, respeito por seu trabalho e habilidades
para resolver os problemas com que se depara no âmbito escolar se trabalharem
de maneira integrada.
6.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Compreendendo que as dificuldades de
Aprendizagem constituem um ciclo de desafios para a programação e atitudes do
docente. As estratégias para cada caso em particular são muito específicas e, este
trabalho abordou de maneira simplificada algumas estratégias, pois o objetivo
algo é a reflexão de questões condutivas do professor, bem como padrões
comportamentais evidenciados pessoais e de condutividade.
O
artigo deixa bem claro a importância de estabelecer as variáveis que determinam
pontos estratégicos de avaliação do aluno, sendo que a análise de fatores
internos, ambientais, de execução de tarefas e avaliação são fatores
imprescindíveis para uma boa programação e seleção de trabalhos para o
professor.
O ideal
é que escolas organizem ações de intervenção para os professores (cursos
técnicos ou programas de aprendizado) e para os pais que não sabem o que fazer
em caso de problemas ou como forma de estimular o ensino da aprendizagem para
os filhos, como o Programa Progresint (programa para a estimulação das
habilidades da inteligência) ou o Programa para o desenvolvimento de
estratégias básicas de Aprendizagem de Molina.
Não é
possível conceber uma educação progressista se houver negligências de ambos os
lados, da escola e dos pais. Abordagens interativas e o reconhecimento da
necessidade de intervenção são fundamentais para o desenvolvimento da criança,
bem como para o conhecimento e desenvolvimento dos profissionais da Educação. É
preciso estar sempre atento para o reconhecimento das causas, pois há fatores
perceptíveis, e há outros não-perceptíveis, que sugerem observação e pesquisa,
assim como sugerem um envolvimento maior com pais e superiores.
7. REFERÊNCIAS
ANDRADA, E. G. C. Novos Paradigmas na Prática do Psicólogo
Escolar. Psicologia:
Reflexão e Crítica. Porto Alegre, n. 2, maio/ago. 2005. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/prc/v18n2/27470.pdf>.
Acesso em: 10 maio de 2015.
CORREIA, L. de M.;
MARTINS, A. P. Dificuldade de Aprendizagem: Que são? Como entendê-las?
Rio de Janeiro: Porto, 2005. (Biblioteca Digital).
FONSECA, V. da. Introdução
às Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1995.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia; saberes
necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GÓMEZ, Ana Maria
Salgado. Dificuldades na aprendizagem: detecção
e estratégias de ajuda. São Paulo: Vozes, 2010.