No
recinto escolar, em que a leitura já é um tema de preocupação, há necessidade
de se repensar sobre as práticas estabelecidas pela maioria dos educadores que
tendem a parecerem às únicas possíveis no processo de ensino-aprendizagem.
As práticas de linguagem são uma
noção de ordem social e que implicam na inclusão dos interlocutores em
determinados contextos, tendo a linguagem com mediadora e visando diferentes
finalidades de comunicação. Assim, faz-se necessário, que esses agentes sociais
usufruam de suas experiências de vida, de seu conhecimento acumulado a respeito
das práticas para que possam expor suas ideias.
Sabemos
que o desenvolvimento e aprendizagem são processos de apropriação das
experiências acumuladas pela sociedade no curso de sua história; e por sua vez,
essa apropriação é um processo de aprendizagem que leva o indivíduo à
interiorização de uma prática social.
Ressaltamos que a leitura é o único
do processo ensino-aprendizagem e que leva ao pressuposto de que não se trata
de um trabalho específico de uma determinada área do saber, mas de um conjunto
de saberes das diferentes áreas do conhecimento organizado na escola.
Diante do mérito da leitura, faz-se
necessário saber, que o texto é a unidade mais relevante de ensino, e não deve
ser omitido para outras atividades, mas que se forme um objeto de estudo por si
mesmo. Ainda que a qualidade de trabalho seja um texto é preciso que disponha
de uma descrição dos elementos exatos e essenciais do gênero, quanto das
características do texto escolhido.
Tornar-se evidente que os textos são
organizados dentro de certas delimitações de natureza temática composicional e
estilística, que são caracterizadas conforme o gênero textual a que pertencem.
Por esse motivo, a noção de gênero é parte essencial do texto e que precisa ser
compreendido como objeto de ensino. Além de estudar o texto em suas
propriedades formais, este deve ser visto como um modelo de gênero do discurso
e através da exploração das propriedades temáticas se pode chegar à apropriação
destas formas através de enunciados.
Percebemos que o texto tem por
objetivo principal expressar informação ou idéias com a intenção de
possibilitar, de explicar ou tornar compreensíveis certas informações. Os
textos informativos buscam modificar um estado de conhecimento;
conseqüentemente, mais ou menos explicita; ou seja, distinguir-se pela precisão
e pela objetividade acima de tudo.
Os gêneros textuais podem ser
considerados como instrumentos que possibilitam a comunicação e que sejam
tomadas pelos enunciados em uma posição freqüente na sala de aula, permitindo
assim as práticas de linguagem.
A relevância e o valor da utilização
da linguagem são determinados de acordo com a necessidade social de cada
momento. Na atualidade, é exigida a diversificação de níveis de leitura, o que
na realidade não acontecia até bem pouco tempo, e isso leva a crer que essa
exigência tende a crescer cada vez mais. E a escola como espaço institucional
de conhecimento, apresenta a necessidade de atender a essa deficiência na vida
dos alunos, ou seja, requer uma revisão da prática de ensino dos professores
que tratam os textos como um conjunto de normas que devem ser aprendidas, bem
como a constituição de práticas que possibilitam ao aluno aprender a linguagem
partindo da diversidade textual que circula na sociedade.
Baseada nas afirmações mencionadas,
percebe-se que toda educação que é comprometida com o exercício da cidadania
precisa inovar caminhos para desenvolver capacidades de usar eficazmente uma
linguagem que satisfaça às necessidades dos indivíduos, podendo estar
relacionados às ações efetivas do seu cotidiano, à transmissão e busca de
informação, e ao exercício de reflexão. Desse modo, são os textos que favorecem
à reflexão crítica, tornando-os mais essenciais para uma plena contribuição
numa sociedade letrada.
Nesse sentido, a escola deve
viabilizar o acesso do aluno à diversidade textual que circula socialmente,
ensinando a produção e a interpretação do texto. Incluindo os diferentes
gêneros textuais com o que o aprendiz se depara no cotidiano escolar e que não
consegue dominar, pois não foi trabalhado para essa finalidade.
Uma
visão ultrapassada de certos educadores é que o trabalhar com textos é de
responsabilidade específica da Língua Portuguesa; e, em conseqüência disso, a
aprendizagem do aluno fica muito a desejar, pois não se torna capaz de utilizar
textos que salientam compreensão de um conceito, ou uma informação nova,
comparação de diferentes pontos de vista e argumentos sobre determinadas
teorias.
Essa capacidade que permite o acesso
à formação escrita, sem aprender de outro, é o caminho para um bom aprendizado,
pois dela depende a possibilidade de assimilar ao diversos conteúdos. Por isso,
não só a Língua Portuguesa deve tomar posse da responsabilidade de ensinar a
utilização de textos, mas também todas as disciplinas têm essa
responsabilidade.