EXPECTATIVAS

INCENTIVO A LEITURA!

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017


 Momento de comemoração do aniversário da aluna Lívia! 2017








 
"Estamos finalizando mais um ano, o ano de 2017, e que o ano de 2018 que se anuncia, não seja como o outono da vida onde as folhas caem deixando apenas lembranças de dias bons ou ruins, mas que seja como a primavera da vida que produz frutos e dos frutos sementes onde podem ser plantadas a cada dia e colhidas a cada amanhecer."FELIZ 2018!



Meu Deus, obrigada por os Teus planos para a minha vida serem sempre maiores do que os meus sonhos!

  • Meu Deus, obrigada por os Teus planos para a minha vida serem sempre maiores do que os meus sonhos! Obrigada por mais um ano!
 


                                                           Quem Sabe Um Dia
                                                          (Mário Quintana)


 Quem Sabe um Dia
Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!
Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

 Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois.





sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

1. AFETIVIDADE NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

A afetividade pode ser definida em diferentes perspectivas, entre elas sob a perspectiva da filosofia, da psicologia e da pedagogia. Iremos   abordar a afetividade na expectativa da pedagogia, pois ao falarmos sobre afetividade temos que considerar as emoções, que são expressões da vida afetiva e que são acompanhadas de reações e sentimentos. Como conceito de afetividade podemos citar o amor como referência, pois o amor é definido através dos sentimentos, e, assim, a afetividade torna-se a dinâmica mais profunda e complexa de que o ser humano pode participar. Segundo o dicionário Aurélio (1994), afetividade é uma palavra feminina e está definida como: “Conjuntos de fenômenos sobre a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre dá impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado de alegria ou tristeza”.
Existe uma grande divergência quanto à conceituação dos fenômenos afetivos, vejamos então o que dizem alguns autores que tentam realmente explicar a afetividade, já que esse sentimento é estudado em diferentes áreas do conhecimento:
Para Henri, WALLON (1995, p. 288), educador e médico francês:

A afetividade é um domínio funcional, cujo desenvolvimento dependente da ação de dois fatores: o orgânico e o social. Entre esses dois fatores existe uma relação recíproca que impede qualquer tipo de determinação no desenvolvimento humano, tanto que a constituição biológica da criança ao nascer não será a lei única do seu futuro destino. Os seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias sociais da sua existência onde a escolha individual não está ausente.


Baseando-se nesses conceitos, podemos dizer que a afetividade constitui um domínio funcional tão importante para a vida social e emocional de um indivíduo que mostra a revelação de carinho ou cuidado que se pode se ter com alguém íntimo e querido, permitindo assim ao ser humano demonstrar os seus sentimentos e emoções a outro ser, sendo um laço criado entre os seres humanos para representar a amizade mais aprofundada.  A afetividade é um estado psicológico do ser humano que pode ou não ser modificado a partir das situações.
Segundo Wallon (1995, p.42), afirma que:

Afetividade seria a primeira forma de interação, com o meio ambiente e a motivação primeira do movimento [...]. As emoções são, também, a base do desenvolvimento do terceiro campo funcional, as inteligências”. Wallon fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa[1].

            Ressalta-se que, o afeto é muito importante para que o profissional seja considerado um bom professor e mais ainda, para que o aluno se sinta importante e valorizado. O professor deve entender seus sentimentos, buscar soluções para as diversas dificuldades que os alunos apresentam, preocupar-se com seus alunos por inteiro, tendo sensibilidade para entendê-los, buscar ações que os valorizem, independentemente de seu grau de desenvolvimento.
Nessa visão, a criança interioriza suas vivências, principalmente pelo contato social com outras pessoas. Sendo assim, se seu círculo social tratá-la com carinho, reconhecer seus direitos e se mostrar atencioso, a criança interiorizará um bem estar emocional, sentindo-se protegida e segura de seu espaço dentro do grupo. Como se percebe, a afetividade é de suma importância desde o início do desenvolvimento humano.
As mudanças no homem vão acontecendo de acordo com o seu meio e com as pessoas à sua volta, familiares, amigos e professores. O afeto deve estar presente na relação entre professor e alunos dentro do ambiente escolar. É de acordo com o grau de afeto apresentado entre as duas partes que a interação se realiza e constrói-se um conhecimento altamente envolvente.
Conforme CURY[2] (2003), os professores precisam deixar de serem bons e se tornarem fascinantes para que suas aulas e conteúdos façam sentido e possam ser assimilados por seus alunos. A confiança é tudo para os alunos, é uma ferramenta para a participação no sucesso e na conquista de seu educando. O professor é o referencial, o líder.[3]
O educador orienta e auxilia o aluno em suas atividades, seus sonhos e projetos. Por outro lado, o mesmo também cresce e se realiza quando percebe que conseguiu passar todo o ensinamento para o educando de uma forma tranquila, com amizade e serenidade, sem castigos, sem punições.  O professor tem que estar apto para construir, se dedicar aos alunos, vibrando com suas conquistas.
Para FREIRE[4] (1996), diz que: “quem forma se forma e reforma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado", confirmando a necessidade de uma educação global, visando o completo desenvolvimento do indivíduo e a compreensão do docente de que o processo de ensino e aprendizagem não está centrado no conhecimento do professor, mas que deve ser construído e produzido a partir da interação deste com o educando. A criança deve ser estimulada em todas as habilidades e, para isso, o professor deve estar ciente de que ensinar é uma especificidade humana, não é transferir conhecimento, e exige a participação de todos os segmentos envolvidos.
A relação entre professor e aluno depende, fundamentalmente, do clima estabelecido pelo professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles. Indica também, que o professor, deve buscar educar para as mudanças, para a autonomia, para a liberdade possível numa abordagem global, trabalhando o lado positivo dos alunos e para a formação de um cidadão consciente de seus deveres e suas responsabilidades sociais.

2 2.  A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA

A afetividade é um dos fatores que colaboram para o sucesso do processo de ensino aprendizagem, assim, o tema “Afetividade na Educação Infantil” apresenta-se como algo de extrema relevância no ambiente educacional, pois a afetividade estimula a capacidade de desenvolver o conhecimento voltado paro conhecer e o aprender, de maneira que vão os vínculos e aprendizados vão construindo-se a partir das trocas estabelecidas entre o sujeito e o meio.
Sabemos que o sentido da aprendizagem é único e particular na vida de cada um, pois o desenvolvimento da aprendizagem é um processo contínuo e a afetividade possui um papel imprescindível nesse processo de desenvolvimento do aluno, uma vez que a ausência de uma educação, que deixa de abordar a emoção (aspectos afetivos) em sala de aula e na família, poderá ocasionar prejuízos incalculáveis no desenvolvimento cognitivo dessa criança.
Na teoria de Jean Piaget, o desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois componentes: o cognitivo e o afetivo, ou seja, paralelo ao desenvolvimento cognitivo está o desenvolvimento afetivo. Segundo Piaget (1975) “[...] os aspectos cognitivos e afetivos são inseparáveis e irredutíveis [...]”
Na perspectiva de Vygotsky (1998, p. 42) enfatiza:

A afetividade é um elemento cultural que faz com que tenha peculiaridades de acordo com cada cultura. Elemento importante em todas as etapas da vida da pessoa, a afetividade tem relevância fundamental no processo ensino aprendizagem no que diz respeito à motivação, avaliação e relação-professor e aluno.

Sendo assim, Piaget (1975) e Vygotsky (1998), definem e afirmam que a aprendizagem se dá paralela aos aspectos afetivos, de maneira que a afetividade será determinante para a construção da aprendizagem, e os pais, professores e a escola devem entender que possuem um papel importante nesse processo, que é colaborar para a formação de um ser humano, e isso somente acontecerá pela obra do amor, do afeto, que se torna a chave para educação. O ato de ensinar e de aprender envolve e exige certa cumplicidade do professor, tal cumplicidade se constrói nas intervenções, através do que é falado, do que é entendido, do que é transmitido e captado. Cabe ao professor planejar e executar suas aulas para que seus alunos criem vínculos positivos entre si e os conteúdos.
Quando um professor apenas transmite um conteúdo, sem nexo, sem que o aluno assimile afetivamente o conteúdo, nada será aprendido pois o professor tem de tornar os conteúdos interessantes aos olhos dos alunos. Pequenos gestos como sorrir, escutar, refletir, respeitar são, entre tantos outros, necessidades que levam o sujeito a investir na afetividade, que é o “combustível” necessário para a adaptação, a segurança, o conhecimento e o desenvolvimento da criança. Em se tratando da educação infantil, a relação do professor com os alunos é constante, dá-se o tempo todo, na sala, durante as atividades, no pátio, e por essa proximidade afetiva é que se dá interação com objetos e a construção do conhecimento.
SALTINI (2008, p.100) afirma que, “essa inter-relação é o fio condutor, o suporte afetivo do conhecimento.” O referido autor complementa mencionando:

Neste caso, o educador serve de continente para a criança. Poderíamos dizer, portanto, que o continente é o espaço onde podemos depositar nossas pequenas construções e onde elas são acolhidas e valorizadas, tal qual um útero acolhe um embrião. A criança deseja e necessita ser amada, aceita, acolhida e ouvida para que possa despertar para a vida da curiosidade e do aprendizado[5].

As experiências afetivas nos primeiros anos de vida são determinantes para que a pessoa estabeleça padrões de conduta e formas de lidar com as próprias emoções, a qualidade dos laços afetivos é muito importante para o desenvolvimento físico e cognitivo da criança. A relação interpessoal positiva que o aluno constrói com o professor, como aceitação e apoio, possibilita o sucesso dos objetivos educativos. Quando ocorrem explosões de raiva, o professor precisa ter muita habilidade e paciência e seria ótimo manter um diálogo com o aluno, em que se possa perceber o que está acontecendo, usando tanto o silêncio quanto o corpo. Conforme recomenda Saltini[6] (2008 p.102) compartilhar com os demais da classe os sentimentos que estão sendo evidenciados é dar oportunidade para a criança colocar seus sentimentos na escola, não apenas sua inteligência.
O afeto é muito importante para que o profissional seja considerado um bom professor e mais ainda, para que o aluno se sinta importante e valorizado. O professor deve entender seus sentimentos, buscar soluções para as diversas dificuldades que os alunos apresentam, preocupar-se com seus alunos por inteiro, tendo sensibilidade para entendê-los, buscar ações que os valorizem, independentemente de seu grau de desenvolvimento.
A escola, por ser o primeiro agente socializador fora do círculo familiar da criança, torna-se a base da aprendizagem se oferecer todas as condições necessárias para que ela se sinta segura e protegida. Portanto, não nos restam dúvidas de que se torna imprescindível a presença de um educador que tenha consciência de sua importância não apenas como um mero reprodutor da realidade vigente, mas sim como um agente transformador, com uma visão sócio crítica da realidade.
A criança, segundo Marly Santos Mutschele[7] (1994), ao entrar na escola pela primeira vez, precisa ser muito bem recebida, porque nessa ocasião dá-se um rompimento de sua vida familiar para iniciar-se uma nova experiência, e esta deverá ser agradável, para que haja um reforço da situação.
Sendo assim, quando a criança nota que a professora gosta dela, e que a professora apresenta certas qualidades como paciência, dedicação, vontade de ajudar e atitude democrática, a aprendizagem torna-se mais facilitada; ao perceber os gostos da criança, o professor deve aproveitar ao máximo suas aptidões e estimulá-la para o ensino. Ao contrário, o autoritarismo, inimizade e desinteresse podem levar o aluno a perder a motivação e o interesse por aprender, já que estes sentimentos são consequentes da antipatia por parte dos alunos, que por fim associarão o professor à disciplina, e reagirão negativamente a ambos.

3- A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NA VIDA ESCOLAR DA CRIANÇA
            A família é um núcleo de convivência, estruturado e unido por laços afetivos, que devem ser cultivados sempre com muito amor.
Segundo Chalita (2004 p. 23): “A família tem como função primordial a de proteção, tendo, sobretudo, potencialidades para dar apoio emocional para a resolução de problemas e conflitos”.
Podemos dizer que a família tem a função de preparar o emocional da criança, principalmente nos primeiros anos escolares, pois o meio familiar em que a criança está inserida é o seu primeiro ambiente de aprendizagem. Por isso, a função da família está vinculada aos cuidados e proteção, em dar suporte e ajudá-las no processo de escolarização, para que possam ser crianças capazes de estabelecer vínculos afetivos que favoreçam para a construção do ser humano.
Almeida (1999, p. 50) diz que:

As relações familiares e o carinho dos pais exercem grande influência sobre a evolução dos filhos em que a inteligência não se desenvolve sem a afetividade. A afetividade é o princípio central da família, por isso é que a família deve estar presente em todos os momentos da vida estudantil da criança. Qualquer instituição escolar precisa e depende da participação da família.

A participação da família é muito importante na escola nos primeiros dias de aula um dos responsáveis permaneça na escola junto com a criança. É ele quem deve apresentar o novo ambiente, aos alunos e tudo o que está relacionado à instituição. Gradativamente o responsável vai saindo de cena e o professor vai tomando a frente com a criança. Esse responsável deverá permanecer com a criança dentro da escola por algum tempo nos primeiros dias e depois deixar a criança com o educador, mas permanecer na instituição fora do campo visual da criança para caso o educador não consiga acalmá-la. Mas, isso não quer dizer que os responsáveis pela criança devam se ausentar, deixar de frequentar o ambiente escolar.
É fundamental que sempre que possível, compareça a instituição, procurando saber sobre seu filho(a), é uma forma da criança se sentir mais segura, pois sabe que alguém se preocupa com ela. Sabemos que muitos responsáveis, muitas vezes deixam os filhos na escola enquanto vão trabalhar e se sente confortável por deixar o filho em um lugar “seguro”, mas, muitas vezes se sente inseguro, tem medo de perder o amor do filho(a), que se apegue mais ao professor(a), pois o mesmo(a) irá acompanhar os momentos mais importantes do desenvolvimento na vida da criança. Portanto o professor e a escola deverão propiciar um processo de parceria com a família para que esses sentimentos não venham atrapalhar o trabalho desenvolvido com a criança.
Para Gabriel Chalita (2004, p. 17) esta participação poderá ser: “Em alguns momentos, apenas como incentivo; em outros, de uma participação efetiva no aprendizado, ao pesquisar, ao discutir, ao valorizar a preocupação que o filho traz da escola”.
Complementando, e, ao mesmo tempo, justificando a ideia de Chalita (2001), pode-se abordar as ideias das autoras Claudia Davise e Zilma de Oliveira (1994, p. 23), que afirmam que “o aluno não aprende apenas na escola, mas através da família, de pessoas que ele considera significativas, das experiências do cotidiano”.
Diante do exposto, nota-se que por melhor que seja uma escola, por mais preparados que estejam seus educadores, estes nunca irão suprir a carência deixada por uma família ausente. Seja a mãe, o pai, avós, tios, quem quer que tenha a responsabilidade pela educação da criança, deverá dela participar efetivamente e afetivamente, pois a preparação para a vida, a formação da pessoa, a construção do ser são responsabilidades da família.
Portanto, a escola precisa estar aberta a todos os tipos de famílias, pensar em estratégias para que elas se sintam acolhidas desde o momento de inserção da criança e depois de passada essa fase. É preciso que tenha profissionais disponíveis para ouvir as angústias e sugestões das famílias, que as oriente em suas dificuldades, que dê suporte para que elas compreendam o desenvolvimento da criança, entre outras coisas.


4-AFETIVIDADE DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL   
            É de grande valia, a relação entre a emoção e a atividade intelectual na sala de aula, apresentando que tanto o educador quanto o educando poderão passar por momentos emocionais durante o processo de ensino-aprendizagem. Como meio social, é um ambiente diferente da família, porém bastante propicio ao seu desenvolvimento, pois é diversificado, rico em interações, e permite à criança estabelecer relações simétricas entre parceiros da mesma idade e assimetria entre adultos. Ao contrário da família, na qual a sua posição é fixa, na escola ela dispõe de uma maior mobilidade, sendo possível a diversidade de papéis e posições.
            Dessa forma, o professor e os colegas são interlocutores permanentes tanto no desenvolvimento intelectual como do caráter da criança, o que poderá ser preenchido individual e socialmente. Quando observamos os alunos, percebe-se que o olhar tem significado de expressividade da alma, são manifestações de sentimentos que podem ser interpretados de forma positiva ou negativa. O olhar do professor influencia no comportamento do aluno, quando interpretado de forma negativa, gera desconforto em sala de aula.

Segundo Carmem e Gládis (2001, p. 31), organizadores da obra “Educação Infantil: pra que te quero?”, diz que: “O papel do adulto frente ao desenvolvimento infantil, é proporcionar experiências diversificadas e enriquecedoras, a fim de que as crianças possam fortalecer sua autoestima e desenvolver suas capacidades”.
Baseando-se nessa ideia, pode-se dizer que o educador é um grande agente do processo educacional, de acordo com a ideia de Chalita (2004, p.161) a seguir: A alma de qualquer instituição de ensino [...]. Por mais que se invista em equipamentos, em laboratório, bibliotecas, anfiteatros, quadras esportivas - sem negar a importância negar a de todo esse instrumental, tudo isso não se configura mais do que aspectos materiais se comparados ao papel e a importância do professor. O educador infantil deverá estar consciente do seu papel e da sua importância nesse processo, pois, junto com os pais, os professores são responsáveis pelo encorajamento ao crescimento e desenvolvimento integral das crianças.
Para lidar com crianças na educação infantil, o educador precisa ser sensível às suas emoções, estar apto para lidar com situações que exijam paciência, compreensão e técnica, tendo capacidade para lidar com imprevistos que requerem flexibilidade e criatividade, além disso, deve usar sempre o conhecimento e a sociabilidade ligada aos aspectos afetivos, para o bem do aluno e tranquilidade dos pais. Ainda de acordo com as ideias de Chalita, o Educador de Educação Infantil deve ter: [...] luz própria e caminhar com pés próprios.
Não é possível que ele pregue a autonomia sem ser autônomo; que fale de liberdade sem experimentar a conquista da independência que é saber, que ele queira que seu aluno seja feliz, sem demonstrar afeto. E para que possa transmitir afeto é preciso que sinta afeto, que viva o afeto.
Ninguém dá o que não tem. O Professor que trabalha com crianças na educação infantil precisa ter uma competência polivalente, pois irá trabalhar com conteúdo de natureza diversa, que abordarão desde cuidados básicos essenciais, até conhecimentos específicos das diversas áreas do conhecimento, por isso terá que ter embasamentos teóricos também diversos.
Dessa forma, se faz necessária uma formação qualificada e ampla desse profissional, de maneira que consiga refletir sobre sua prática e procure estar em constante aperfeiçoamento.
          Segundo CHALITA (2004 p. 162): A formação é um fator fundamental para o professor. Não apenas a graduação universitária ou após graduação, mas a formação continuada, ampla, as atualizações e o aperfeiçoamento [...]. Para que um professor desempenhe com maestria ele precisa conhecer as demais matérias, os temas transversais que devem perpassar todas elas e acima tudo, conhecer o aluno.
Diante das ideias de Chalita, podemos ressaltar que tudo que se refere ao educando deve ser de interesse do educador, pois ninguém ama o que não conhece e o aluno precisa ser amado e é dever do professor se capacitar para tal tarefa. O professor que atua na Educação Infantil deve ter uma preocupação sobre como lidar com essa faixa etária no cotidiano escolar, pois se trata de alunos iniciantes no convívio escolar, e nesse nível de ensino é propício o surgimento de situações diferentes e inesperadas em relação às demais fases escolares.
De fato, a Educação Infantil exige e requer dos profissionais desta área uma integração dos serviços para as crianças de forma afetiva, e um dos profissionais habilitados para trabalhar com o ensino de Educação Infantil é o Pedagogo. O Curso de Pedagogia visa formar profissionais habilitados ao nível de educação; educação infantil e anos iniciais. E o desenvolvimento deste profissional para a Educação Infantil se trata de uma caminhada que envolve crescer, ser, sentir e agir, pois deverá ter um preparo especial, porque para a infância se exige o melhor.
O afeto do professor e a sua sensibilidade irão influenciar na maneira de agir de seus alunos, pois quando a criança nota que o professor gosta dela, e que esse educador apresenta certas qualidades como paciência, dedicação, vontade de ajudar e atitudes democráticas, a aprendizagem torna-se mais facilitada.
Por essa razão, se não existir os aspectos afetivos na relação educador-educando, correremos o risco de estar somente focando na construção do real, do conhecimento, deixando de lado o trabalho da constituição do ser humano, que envolve valores e o próprio caráter necessário para o desenvolvimento integral da criança. Sendo assim, o amor e o afeto tornam-se a solução para a educação através da valorização do aluno como sujeito da educação.
Acreditamos em uma educação mais humana que adote uma pedagogia do amor, que influencie em nossas famílias, escolas e salas de aulas, onde possa favorecer em novos conhecimentos, novos desafios e novas conquistas através do afeto levar o educador e a criança a desenvolve-se através da afetividade. Segundo Augusto Cury[8] (2003, p. 72): “Ser um mestre inesquecível é formar seres humanos que farão a diferença no mundo”. Sendo assim, podemos perceber que o tempo pode passar e as necessidades podem surgir, mas as sementes de um professor que marcam a vida de seu aluno jamais serão destruídas.

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entretanto, falar sobre a afetividade na Educação Infantil, atentando-se para a qualidade de vida humana, pois a afetividade deve estar presente desde a vida intrauterina, até os últimos dias de vida, se manifestando como uma fonte geradora de potência e energia e sendo o alicerce sobre a qual se constrói o conhecimento racional.
Por isso, a Educação Infantil compreende um período de grande importância na formação intelectual e emocional do indivíduo, sendo considerada parte integrante da educação básica. Nessa modalidade de ensino, qualquer aprendizagem deve estar intimamente ligada à vida afetiva, integrando as funções do cuidar e do educar o desenvolvimento integral da criança, sendo assim, com base na LDB para a Educação Infantil[9] (1996), e nas pesquisas bibliográficas realizadas para a elaboração desse artigo, podemos afirmar que a Educação Infantil tem como objetivo contribuir para a formação global e harmônica da criança, de maneira afetiva e lúdica, de maneira que a afetividade e cognição são inseparáveis. Ressalta-se que, os professores que a criança tem, os métodos de ensino e os tipos de livros-textos aos quais é exposta, terão efeitos importantes não apenas para o processo acadêmico, como também na capacidade geral para encarar a vida, dominar problemas e desafios novos, levando o educando à autoconfiança e autoestima.
Assim, para que a criança tenha um desenvolvimento saudável e adequado dentro do ambiente escolar, e consequentemente no social, é necessário que haja um estabelecimento de relações interpessoais positivas, como aceitação e apoio, possibilitando assim o sucesso dos objetivos educativos.
Na condição de educadores, precisamos estar atentos ao fato de que, enquanto não dermos atenção ao fator afetivo na relação educador-educando, corremos o risco de estarmos só trabalhando com a construção do real, do conhecimento, deixando de lado o trabalho da constituição do próprio sujeito – que envolve valores e o próprio caráter – necessário para o seu desenvolvimento integral.
Obviamente isso não significa fazer “vistas grossas” com relação aos erros da criança, pois a advertência segura e equilibrada é justamente uma manifestação das mais importantes da afetividade.
Está, portanto, mais do que evidenciada por estudiosos, pesquisadores e especialistas, a necessidade de se cuidar do aspecto afetivo no processo ensino-aprendizagem, levando em conta que a criança torna-se, cognitivamente e afetivamente diferente, em cada fase do seu desenvolvimento.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. Campinas: Papirus, 1999 (Coleção Papirus Educação).

CARMEN, Maria Graidy e GLÁDIS, Elise P. da Silva Kaercher. Educação Infantil: para que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001.

CURY, Augusto Jorge. Pais Brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Esextante, 2003.

CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto - São Paulo: Editora Gente, 2004 (edição revista e atualizada).

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 9º ed.- São Paulo: Paz e Terra, 1996. - (coleção leitura)

LEI nº. 9.394/96 – Das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Dezembro de 1996, (Artigos. 22 e 29)

Ministério de Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Básica. Política Nacional de Educação Infantil: pelo direito das crianças de zero a seis anos à educação. Brasília, DF: 2006.

MUTSCHELE, Marly Santos. Problemas de aprendizagem da criança: causas físicas, sensoriais, neurológicas, emocionais, sociais e ambientais. 3. ed. São Paulo: Loyola, 1994, p. 111.

PIAGET, J. A construção do real na criança. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.Revista Eletrônica, Saberes da Educação – Volume 4 – nº 1 – 2013.

SALTINI, Cláudio J. P. Afetividade e inteligência. 5º ed.- Rio de Janeiro: Wak Ed.,2008.

VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

WALLOW, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições, 1995









[1] WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições, 1995
[2] CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
[3] Revista Eletrônica Saberes da Educação – Volume 4 – nº 1 - 2013
[4] FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 9º ed.- São Paulo: Paz e Terra, 1996. - (coleção leitura)
[5] SALTINI, Cláudio J. P. Afetividade e inteligência. 5º ed.- Rio de Janeiro: Wak Ed.,2008, p.100.
[6] SALTINI, Cláudio J. P. Afetividade e inteligência. 5º ed.- Rio de Janeiro: Wak Ed.,2008, p.102.
[7] MUTSCHELE, Marly Santos. Problemas de aprendizagem da criança: causas físicas, sensoriais, neurológicas, emocionais, sociais e ambientais. 3. ed. São Paulo: Loyola, 1994, p. 111.

[8] CURY, Augusto Jorge. Pais Brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Esextante, 2003.

[9] LEI nº. 9.394/96 – Das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Dezembro de 1996, (Artigos. 22 e 29).